“Aqui deixo alguns instantes de minha memória. Como um punhado de folhas em uma grande floresta.” (Monja Coen)
Aos 72 anos, Monja Coen é uma das principais referências nacionais do budismo. Seguida por uma multidão de pessoas, de diferentes crenças e classes sociais, que a acompanham no canal MOVA do YouTube, com mais de 1 milhão de inscritos, em suas palestras pelo Brasil todo, na rádio e em livros que escreve, ela compartilha ensinamentos de paz, autoconfiança e transformação.
A cabeça raspada, a túnica no corpo e um sorriso doce e sereno no rosto são as características mais marcantes da Monja Coen que todos conhecem. Sua trajetória é marcada por intensa transformação física e espiritual e em “O que aprendi com o silêncio – uma autobiografia”, que chega às lojas pela Editora Planeta, ela compartilha com o leitor memórias de alguns dos momentos mais marcantes de sua história, além de reflexões resultantes de uma vida há quase 45 anos no Caminho Zen.
Cláudia Dias Baptista de Souza, seu nome de batismo, nasceu em São Paulo no ano de 1947 rodeada de livros e música em uma família católica. Casou-se aos 14 anos e teve uma gravidez e um divórcio aos 17. Sua história é marcada por diversos trabalhos: foi repórter do extinto Jornal da Tarde, fez alguns bicos em Londres, na Inglaterra, e em Los Angeles, nos EUA, onde se encantou com o zen budismo, fez o voto monástico e adotou o nome “Coen”, que significa “um só círculo” em japonês.
Depois, viajou para o Japão para se aperfeiçoar na filosofia, onde acabou vivendo por oito anos. Regressou à cidade natal em 1995 casada com o monge japonês Shozan Murayama. No ano seguinte, foi eleita presidenta da Federação das Seitas Budistas do Brasil, com mandato de um ano, tendo sido a primeira vez que uma monja de origem não japonesa ocupou a posição. Monja Coen separou-se em 2001 e, no mesmo ano, fundou a própria comunidade, a Zendo Brasil, com sede no bairro do Pacaembu em São Paulo.
Sem o objetivo de compor uma autobiografia propriamente dita, Monja Coen compartilha com o leitor detalhes de sua conversão ao zen budismo, de sua trajetória monástica, além de toda transformação que viveu aprendendo a silenciar a mente. A autora também apresenta o que ela chama de “retalhos da memória”, contando ao leitor alguns episódios que evolvem sua infância, seus pais e avós, sua carreira de jornalista durante o período de Ditadura Militar, abuso sexual, voto de castidade, drogas e suicídio.
“Fragmentos que o silenciar da mente deixou vir à superfície a dançar com imagens, música, sons, palavras. Aprendi muito com o silêncio. Ensinou-me a ouvir dentro e fora de mim mesma. Ensina-me a quietude viva e excitante de jamais repetir um instante. Silenciar a mente incessante e luminosa não é calar apenas. É encontrar um estado de tranquilidade onde som e silêncio se mesclam.”
Sobre a autora
Monja Coen é a primaz fundadora da Comunidade Zen Budista Zendo Brasil, criada em 2001, com sede no bairro do Pacaembu, em São Paulo. Teve seu primeiro contato com o Zen-Budismo no Zen Center de Los Angeles, onde fez os votos monásticos em 1983. Residiu por oito anos no Mosteiro Feminino de Nagoya, no Japão, onde graduou-se como monja especial, habilitada a ministrar aulas de Budismo para monges e leigos. Sob a orientação de Shundô Aoyama Dôchô Rôshi, sua mestra de treinamento, foi a primeira monja líder do mosteiro.
Retornou ao Brasil em 1995, como missionária da tradição Sôtô Zenshû, servindo o Templo Busshinji, no bairro da Liberdade, em São Paulo, durante seis anos. Em sua comunidade, que sedia o Templo Taikozan Tenzui Zenji, mantém atividades regulares, como cursos, liturgias, retiros e palestras, além da realização de casamentos, cerimônias fúnebres e memoriais, bênçãos de locais e de crianças. É constantemente convidada a dar palestras em empresas e instituições de ensino em várias localidades do país. É autora dos best-sellers “Zen para distraídos”, “A sabedoria da transformação” e “Aprenda a viver o agora”.
Com informações da assessoria