As pesquisadoras Leila Algranti e Sidiana de Macêdo lançaram o livro “História & Alimentação: Brasil Séculos XVI – XXI”, uma coletânea de 29 capítulos abrangendo interessante abordagem sobre o tema
Resultado de um trabalho de anos, organizado por Leila Mezan Algranti e Sidiana Ferreira de Macêdo, foi lançado pela Editora Paka-Tatu o livro “História & Alimentação: Brasil Séculos XVI – XXI”, uma interessante coletânea de 29 capítulos e 780 páginas escrita por 33 pesquisadores de várias regiões do País que discutem a temática da história da alimentação no Brasil. A coletânea enfoca desde hábitos alimentares do passado à importância para a saúde e bem-estar, passando pela transmissão de afetos.
Segundo as organizadoras, o livro tem como objetivo direcionar o olhar para os hábitos alimentares do passado na expectativa de entender por que, embora se cozinhe cada vez menos nos lares contemporâneos, o comer continua sendo não só fundamental para sobrevivência dos indivíduos, mas especialmente para a sociedade, para transmissão de afetos, para o bem-estar e para saúde.
Entre os pesquisadores que integram a coletânea, aparecem Ana Carolina de Carvalho Viotti e Gabriel Ferreira Gurian, da Universidade Estadual Paulista. A professora Ana Carolina Viotti assina o capítulo que destaca notícias do sucesso, no Século XVIII, obtido em tratamentos que fizeram uso das mais diferentes receitas e ingredientes, como caldos de aves, gemas de ovos, mocotós, ervas doces, almeirões, cidras, cravos, canelas, ameixas, sucos de laranja, limão ou de cana, entre tantos outros.
Segundo a autora, tais registros podem ser encontradas em documentos das mais plurais naturezas, desde os relatórios de viajantes e de cronistas aos manuais escritos ou organizados por médicos e cirurgiões.
Já o doutorando Gabriel Gurian pega uma carona na importância dedicada à mandioca, o “pão da terra”, na alimentação do povo brasileiro para destacar outro produto genuinamente brasileiro e proeminente na documentação do período colonial, o caju. “Tomando emprestadas as palavras de um jesuíta que apontava o fruto como ‘mimo e regalo’ dos povos nativos da América portuguesa, o capítulo foi escrito com a intenção de destacar, ainda que em linhas gerais, as impressões a respeito e as formas de consumo do pomo, que serviu a diversas necessidades alimentares e caprichos do paladar da maior parte dos grupos sociais que aqui se encontraram entre os séculos XVI e XVII, de modo que a importância do caju no repertório alimentar da colônia fosse evidenciada”, afirma o aluno do Programa de Pós-Graduação em História, em material de divulgação contido no site da Unesp.
Um dos maiores entusiastas com o lançamento é o chefe de cozinha paraense Thiago Castanho, que já garantiu seu exemplar da coletânea lançada pela Editora Paka-Tatu. Castanho postou nas redes sociais seu exemplar do livro, saudando as organizadoras pelo belo trabalho.
Mais informações no site https://www.editorapakatatu.com.br/.