A alta no querosene de aviação e o valor atual do dólar leva companhias aéreas a reduzir voos e retardar o lançamento de novas rotas pelo Brasil
A alta no preço do querosene de aviação já impacta a malha aérea das companhias brasileiras, que precisarão reduzir, a partir de abril, o número de seus voos diários e retardar o lançamento de novas rotas.
A primeira a manifestar mudanças foi a Azul, que precisará reduzir, já a partir de abril, o número de seus voos diários.
Antes disso a aérea decidiu reduzir os voos para Fernando de Noronha, que teve o lançamento bastante comemorado, em dezembro passado, e foi considerado um marco para a empresa, o qual foi possível devido à flexibilidade da frota de aeronaves. O Embraer E2 é um dos poucos modelos capazes de realizar tal operação com voos diretos entre a capital paulista e o arquipélago no Nordeste.
A companhia justificou a anunciada modificação da frequência de seus voos devido ao aumento “exponencial do valor de várias commodities, em especial do barril de petróleo” e o valor do dólar na atualidade.
Latam desacelera
A alta no preço do combustível tem feito as empresas aéreas de todo o mundo se movimentarem, alguma tomando decisões difíceis, como cortar voos. É o caso da Latam Brasil, que anunciou o adiamento do início de algumas rotas, cancelou outras tantas e ainda aumentou o preço da bagagem despachada.
A maioria dos voos cancelados ligaria a capital paulista a cidades no próprio Sudeste e na Região Sul do Brasil.
Por sua vez, as ligações suspensas temporariamente incluem voos de Manaus para Belém e Porto Velho, e ainda partindo de Fortaleza para Belém, Manaus, Maceió e Vitória, entre outros.
A Gol Linhas Aéreas anunciou que está atualizando suas projeções financeiras devido aos aumentos de aproximadamente 30% nos preços brasileiros de querosene de aviação desde o início do ano, e que irá se posicionar futuramente.
Aumento de preços
O aumento do preço do combustível também irá afetar o preço das passagens.
A Latam, por exemplo, já admitiu que os passageiros terão de arcar com a alta do combustível. Em nota, afirmou que o impacto nos custos das companhias em decorrência da guerra na Ucrânia é “inegável” e que a alta do preço do querosene da aviação afetará o valor das passagens, diante desse novo cenário de crise.
Por sua vez, o aumento nas tarifas reduz o número de viajantes, afetando diretamente a demanda por voos. O resultado é que algumas rotas podem ficar inviáveis financeiramente com um menor número de passageiros.
Daí, a solução será reduzir a oferta e ficar apenas com os voos mais rentáveis, avalia um analista do setor aéreo.