Turenko Beça junto a obra que participa da mostra Xilograffiti no Sesc São Paulo (Foto: Michael Dantas)

Turenko Beça participa da mostra Xilografitti, em SP

A mostra promove o encontro de linguagens artísticas populares e regionais, como a xilogravura e o grafite, e apresenta obras de artistas e coletivos de todo o Brasil, incluindo trabalho do amazonense Turenko Beça

O Sesc Consolação, na capital paulista, inaugurou a exposição ‘Xilografitti’, com curadoria de Baixo Ribeiro e obras populares de origens distintas, que
promovem a confluência e o embate entre a xilogravura e o grafite. Os trabalhos dos artistas e coletivos presentes na mostra – cujas linguagens e referências culturais podem sugerir mais diferenças do que aproximações para o imaginário coletivo – apresentam muitos pontos convergentes, em especial na forma como são construídas, em caráter inclusivo, colaborativo e participativo.

A mostra conta com obra do artista visual amazonense Turenko Beça, que também participa de diversas oficinas e encontros no Sesc Consolação, que reúnem público e artistas da exposição.

“Mais do que linguagens artísticas, a xilo e o grafite transformaram-se em símbolos culturais que atraem artistas e públicos engajados na sua perpetuação”, afirma o curador da mostra. “Apesar de aparentemente distantes por seus contextos de origem, ambos fazem parte de culturas que se conectam: de um lado a goiva sulca a madeira da matriz xilográfica,
do outro lado o estilete corta a máscara de stencil; enquanto nas feiras populares surgem as bancas de cordel, nas feiras de gráficas independentes surgem as banquinhas de zines; se na praça da matriz acontece o duelo de repentistas, na quebrada rola a batalha de slam”.

Turenko Beça junto à sua obra no Sesc paulista

O público tem a oportunidade de conferir uma rica produção artística e ter acesso a obras de xilogravuras do acervo Sesc, em um varal com coleção de cordéis e cartazes de lambe-lambe com suas matrizes, entre outras, em uma exposição em movimento e construção, onde diversos trabalhos são incorporados ao espaço expositivo de maneira individual ou coletiva até o término da visitação da exposição, no final de julho.

Na mostra, o recorte curatorial buscou contemplar uma diversidade no que diz respeito à territorialidade, técnicas, dimensões e processos. Pensando nessa diversidade, a curadoria também contemplou artistas e coletivos de mulheres em uma seara com tradição de criação predominantemente masculina.

Além de Turenko Beça, a mostra conta ainda com participação de J. Borges (Bezerros-PE); Lira Nordestina (Juazeiro do Norte-CE); Samuel Casal (Caxias do Sul-RS); Atelier Piratininga (São Paulo-SP); Paulestinos (São Paulo-SP); Oficina Tipográfica (São Paulo-SP); Romildo Rocha (São Luís-MA) e Derlon (Recife-PE). Reforçam a exposição os coletivos Xicra convida soupixo, Andréa Sobreiro e Carol Piene (CE); 23ª edição do Projeto Armazém – Mulher Artista Resiste (Florianópolis-SC) e Lau Guimarães (São Paulo-SP). As obras de tais artistas estão agrupadas por núcleos temáticos.

A exposição, que se dá no Sesc Consolação – localizado na Vila Buarque – promove, também, uma grande intervenção na empena de seu prédio. A unidade, inserida em um contexto territorial urbano onde é bastante comum a presença de manifestações artísticas como as apresentadas na mostra (grafites, lambe-lambes e cartazes), ganhou uma pintura com dimensão monumental assinada por Romildo Rocha.

Além da intervenção, são oferecidos cursos, oficinas e encontros com os artistas ao longo do período em que a mostra estiver em cartaz – estendendo durante os meses de maio e junho até 31 de julho.

Com informações e fotos da assessoria e de Michael Dantas

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