Criada pelo bailarino e coreógrafo Thiago Soares, produção sem diálogos tem narrativa contada através do balé; filme participa de seleção que reúne artistas e plataformas de distribuição de todo o mundo
Um filme brasileiro em formato inédito, sem diálogos e com sua história toda contada por meio da dança, chega ao Festival de Cannes pelas mãos de Thiago Soares, bailarino e coreógrafo brasileiro mais premiado internacionalmente, que foi astro do Royal Ballet de Londres por mais de uma década.
O filme é “Vermelho Quimera”, no qual Thiago criou a coreografia e divide a direção com o designer e artista brasileiro Oskar Metsavaht. Thiago também estrela a produção, ao lado da atriz Lana Rhodes. O filme foi selecionado para participar do Festival de Cannes dentro do disputado Short Film Corner, que acontece de 23 a 27 de maio. A seleção, um dos pilares do festival de cinema, reúne criadores, distribuidores e plataformas de todo o mundo, movimentando o mercado audiovisual internacional.
Sem diálogos, com a história contada em coreografia, “Vermelho Quimera” acompanha dois amantes que transitam em um universo paralelo, entre a ilusão e realidade, e encontram uma forma única e especial de se comunicar, através da expressão de seus corpos em movimento. A inspiração é o icônico balé “Pássaro de Fogo”.
“É um filme único no Brasil, no qual a dança não é acessória ao roteiro, mas sim a própria forma de se contar a história. É uma história contemporânea sobre duas pessoas que se reconhecem e se conectam através de uma comunicação própria. Uma linguagem que dispensa palavras é muito poderosa”, descreve Thiago. “É um filme que desconstrói os príncipes de palácios que fiz no passado e abraça minha maturidade e embarca em uma relação mais intensa e sensual da dança.”
Balé e cinema
Aos 40 anos, Thiago Soares hoje é diretor artístico do Ballet de Monterrey, no México, e se desafiou pela primeira vez como coreógrafo da comissão de frente da Imperatriz Leopoldinense neste Carnaval. Na apresentação, trouxe um elenco feminino com um trabalho voltado ao DNA da escola, com referências ao enredo deste ano.
Thiago hoje cria coreografias de grande porte de produção, como a sua primeira versão completa do balé O Lago dos Cisnes no México, que estreia em maio. “Fico feliz de ter um segundo ato de carreira tão divertido. Além de todos os desafios, o ‘Vermelho Quimera’ abre uma outra linguagem para mim e mal posso esperar para ir a Cannes e dar seguimento a esses novos caminhos”, diz.
Com informações e fotos da assessoria