Publicação que conta com a participação de 49 autores de todo o Brasil faz parte do Projeto Verde Mel, cujo objetivo é difundir conhecimento sobre as abelhas nativas e a importância da conservação dos polinizadores
A Amazônia está bem representada no livro “67 receitas com mel de abelhas nativas”, publicação que conta com a participação de 49 criadores de todo o Brasil e faz parte do Projeto Verde Mel, cujo objetivo é difundir conhecimento sobre as abelhas nativas e a importância da conservação dos polinizadores.
Da Amazônia participam a chef Débora Shornik, que comanda o restaurante Caxiri, em Manaus; de Roraima aparece a consultora Denise Rohnelt Araújo, do site Letras Saborosas; Rondônia é representada pelo chef Diogo Sabião, enquanto do Pará aparecem Paulo Anijar e Saulo Jennings.
Resultado do Projeto Verde Mel, uma iniciativa do Instituto Atá em parceria com a Sylvamo e a Associação Ambientalista Copaíba, a publicação é mais que um livro de receitas – é uma defesa da biodiversidade brasileira. Ao homenagear as abelhas e seus guardiões,“67 receitas com mel de abelhas nativas” reafirma o papel socioambiental da gastronomia.
“Valorizar os produtos e criar alternativas de uso é essencial para fortalecer a atividade de criação de abelhas”, diz o ecólogo Jerônimo Villas-Bôas, sócio do Instituto Atá, coordenador do Verde Mel e um dos organizadores do livro. Além de Jerônimo, assinam a organização do livro o chef Alex Atala, o pesquisador Fabio Menna e a jornalista Janaina Fidalgo.
“Uma vez que o mel de abelhas nativas chegue na cozinha e na mesa dos leitores, carregando com ele a história dos territórios onde foi produzido, o objetivo deste livro terá sido alcançado”, afirma Jerônimo Villas-Bôas.
Com projeto gráfico do designer Teo Menna e fotos de Rubens Kato, o livro traz ilustrações das abelhas, em escala real, feitas por Diego Cardoso Avellar, e as localiza geograficamente, de acordo com a distribuição de cada espécie. Entre os capítulos de receitas, há textos sobre as abelhas, seus produtos e sua inestimável importância para a polinização da maioria das culturas agrícolas.
“Estamos muito felizes com o lançamento deste livro porque acreditamos no poder da gastronomia para valorização da sociobiodiversidade. Nenhum outro ingrediente tinha, até agora, um livro de receitas tão dedicado quanto este como mel de abelhas nativas. Tampouco contávamos com um livro de receitas que reunisse um time como este que tivemos o prazer e a honra de juntar”, diz o chef Alex Atala,um dos fundadores do Instituto Atá e organizador de “67 receitas com mel de abelhas nativas”.
Participantes
“67 receitas com mel de abelhas nativas” tem a participação de 49 cozinheiros e cozinheiras de todas as regiões do País, como Manu Buffara, Adriana Lucena, Neide Rigo, Rodrigo Bellora, Henrique Gilberto e Rodrigo Oliveira, além dos bartenders Jean Ponce, Rafael Welbert Alice Guedes, entre outros.
Ao longo de 155 páginas, os autores compartilham receitas elaboradas com mel e pólen de 18 espécies de abelhas nativas, divididas em nove capítulos: tira-gosto, salada, prato feito, para a mistura, para acompanhar, sobremesa, para qualquer hora, bebidas não alcoólicas e goró. O prefácio é assinado por uma das autoras, a chef Mara Salles, do restaurante Tordesilhas; e a quarta capa, por Bel Coelho, do Cuia Café.
O livro teve pré-lançamento na última semana em evento para convidados no Dalva & Dito, em São Paulo, e no dia 19 de novembro haverá um lançamento aberto ao público no Mercado de Pinheiros, também na capital paulista.
Cozinheiras amazônidas
Débora Shornik é chef do restaurante Caxiri, em Manaus (AM), e consultora de dois restaurantes em Nova Airão (AM), o Camu Camu e o flutuante Flor do Luar, sobre o rio Negro. Trabalhou no restaurante Spot e foi subchefe do Arturito, da chef Paola Carosella, ambos em São Paulo (SP).
Desde 2013, vivencia a culinária amazônica e pesquisa ingredientes, métodos de preparo e os fundamentos da alimentação brasileira adotada pelos povos da floresta. Seus principais fornecedores são agricultores familiares que produzem alimentos orgânicos. Costuma dizer que seus pratos nascem a partir de uma Amazônia que há nela.
Denise Rohnelt Araújo é jornalista, cozinheira, pesquisadora da cozinha amazônica e da cultura alimentar indígena. Gaúcha, vive há 44 anos na Amazônia. Está à frente do projeto Cozinha Letras Saborosas, dedicado a cursos e pesquisas, em Roraima.
É colunista de gastronomia do jornal Folha de Boa Vista e curadora gastronômica da Feira Internacional de Gastronomia Amazônica, desde 2015. Foi organizadora das receitas e consultora culinária do livro Cozinha Brasileira, Muito Prazer, de Roberta Malta Saldanha.
Com informações e fotos da assessoria