Uma das mais importantes lideranças da ciência no País, pesquisadora da Fiocruz é laureada por sua incansável luta em levar informações confiáveis durante a pandemia de covid-19
A médica pneumologista Margareth Dalcolmo recebeu no final de semana o Prêmio Hospitalar 2023 – Personalidade do Ano durante a 28ª Hospitalar, no São Paulo Expo, na capital paulista.
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, enviou mensagem, ressaltando que como pesquisadora da Fiocruz, Margareth Dalcolmo foi “a voz da ciência, referência e segurança durante os momentos mais incertos da pandemia de covid-19″. O troféu foi entregue a Margareth Dalcolmo pela médica Waleska Santos, presidente e fundadora da Hospitalar Feira e Fórum, que comandou a cerimônia que contou com a presença de grandes nomes da área de saúde, além de amigas como a empresária Chieko Aoki.
Pesquisadora sênior da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) e professora adjunta da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), Margareth Dalcolmo foi laureada por seu papel de destaque durante a pandemia de covid-19 – quando disseminou informações confiáveis aos brasileiros por meio de entrevistas e artigos nos principais veículos de comunicação, combateu fake news, esclareceu dúvidas e conscientizou a população sobre a importância das medidas preventivas, o que – certamente – salvou milhões de vidas.
Conhecimento e empatia
A solenidade teve inicio com um vídeo mostrando momentos importantes da vida da pesquisadora da Fiocruz e depoimentos de vários médicos sobre suas atividades profissionais.
Em seguida, Waleska Santos lembrou que o Prêmio Personalidade do Ano existe desde 2005, tendo homenageado 15 médicos que deram grande contribuição à sociedade brasileira. Ao falar sobre Margareth Dalcolmo, ela lembrou que no momento mais crucial da pandemia, quando não havia muito conhecimento sobre a causa, formas de contágio e tratamento da covid-19 e as perspectivas do surgimento de uma vacina eram distantes, a comunicação foi a maior arma para protegermos a população.
“E essa comunicação tinha de ser feita com base em informações confiáveis, de forma empática e enfática. E a mídia logo descobriu que a dra Margareth chamava a atenção das pessoas, por suas informações, análises e opiniões, que sempre levavam uma mensagem de otimismo, mostrando que iríamos vencer aquele momento difícil”, declarou a presidente da Hospitalar.
Em seguida, Waleska Santos chamou vários membros da comunidade médica para subirem ao palco e participarem da entrega do troféu. Sem esconder a emoção, Margareth Dalcolmo admitiu que recebia a homenagem com o “coração amolecido”. Lembrou momentos difíceis da pandemia, quando perdeu amigos e ouviu muitas ameaças e desaforos pelas redes sociais, por causa de sua luta incansável contra o negacionismo e em defesa da vacinação.
“Eu fui apenas uma das vozes que se levantaram e disseram, que estava na hora de sair do lugar para fazer o que sabiam fazer de melhor: cuidar de gente”, disse. Ela acredita que, mais do que adquirir grande conhecimento, o médico precisa aprender Humanidades. “Entender que não estamos aqui apenas para fazer coisas para a nossa glória, mas para salvar vidas”, declarou a ‘doutora Margareth’.
Trajetória
Formada em Medicina pela Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória (ES), Margareth Dalcolmo realizou sua residência em pneumologia na Fiocruz e, após diversas em especializações, recebeu seu diploma de doutorado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Com mais de 120 artigos científicos publicados no Brasil e no Exterior, Margareth Dalcolmo integra o Grupo de Peritos para aprovação de medicamentos essenciais da Organização Mundial da Saúde (OMS). Também é membro do Comitê Consultivo Regional do Banco Mundial para projetos de saúde na África Subsaariana em tuberculose e doenças respiratórias ocupacionais. Poliglota, já apresentou conferências em diversos países.
Há dois anos, Margareth Dalcolmo recebeu outro Prêmio Personalidade do Ano – este concedido pelo Sistema Globo de Comunicação. Precursora no combate ao tabagismo, a médica passou a ocupar em 2022 a cadeira número 12 da Academia Nacional de Medicina. Neste mesmo ano, conquistou o Prêmio Jabuti, na categoria Ciências, com seu livro “Um Tempo para Não Esquecer – A visão da ciência no enfrentamento da pandemia do coronavírus e o futuro da saúde”.
Com informações e fotos da assessoria
