Curador de arte e criador de museus, Marcello Dantas participa do programa ‘Provoca’, na TV Cultura, e afirma que o Brasil tem destaque no ranking de países com maior taxa de visitação de museus no mundo
Na próxima terça-feira (4/7), Marcelo Tas conversa, no Provoca, com o curador de arte contemporânea e criador de museus pelo mundo Marcello Dantas. Ele fala no bate-papo sobre o gosto dos brasileiros por museus, a importância da linguagem, o encontro da arte com a biologia e muito mais. Vai ao ar na TV Cultura, às 22h (horário de Brasília).
Marcelo Tas comenta no programa sobre uma época em que se ouvia que os brasileiros só iam aos museus na Europa, e que isso não é o que a gente vê quando vai aqui, tem sempre fila. “A elite brasileira só vai ao museu na Europa porque a elite brasileira só gosta de fazer certas coisas, também só vai na loja da Louis Vuitton. não sei aonde (…) historicamente, o Brasil está sempre no ranking dos países com o maior índice de visitação de museus do mundo”, afirma Dantas.
O que faz a diferença entre um museu popular e outro que fica largado às traças?, pergunta Tas. “Linguagem. O museu que dá o tapa na cara da pessoa que entra, ele exclui essa pessoa, e o museu que te pega pela mão, e que te traz, te aproxima daquele conteúdo, te inclui (…) te faz se sentir partícipe daquilo (…) os museus são capazes de mudar sim (…) não é qualquer museu, são os que criam, de alguma forma, vínculo, que é a base de tudo, que é o vínculo afetivo (…) que faz com que a gente queria voltar no lugar e levar o filho, neto (…) você se orgulha daquilo porque aquela história te diz respeito”, explica o curador.
Em outro momento da edição, Marcello Dantas diz que nem tem mais tanta excitação com a tecnologia, porque a tecnologia já virou a vida, se naturalizou. “O grande desafio hoje é o encontro de arte com biologia (…) a gente é pouco conhecedor desses mecanismos e isso é algo que vai mudar”, comenta.
Por fim, o curador conta que no museu Sfer Ik, no México, todas as obras são construídas no lugar. “A provocação é: faça alguma coisa que seja relevante para, pelo menos, uma espécie além da sua, seja ela uma aranha, uma abelha (…) você tem que trabalhar com a consciência de que uma outra espécie existe (…) tem um monte de ideias propostas para a gente poder desvendar essa tênue relação entre nós e outras espécies (…) porque a gente tem uma atitude normal, qualquer outra espécie, vai lá e pá, um tapa em cima e acabou, e você não está entendendo que aquilo faz parte de um ciclo que te alimenta, que te faz viver (…) importante que a gente reconheça os vetores que nos tornam possíveis dentro do planeta”, esclarece Dantas.
Sobre Marcello Dantas
Formado pela New York University, é membro do conselho de várias instituições internacionais e mentor de artes visuais do Art Institute of Chicago.
Em 2017 foi agraciado com a Ordem do Mérito Cultural pelo Ministério da Cultura do Brasil. É curador de arte contemporânea e criador de museus pelo mundo.
Com informações e fotos da assessoria