Atos em Belém do Pará, que acontecem desde a última sexta-feira, terão ponto alto nos dias da Cúpula da Amazônia, e envolvem performances artísticas, passeata e discussões sobre o impacto da perfuração de poços na região
A discussão sobre a preservação ambiental será foco da Cúpula da Amazônia, que acontece em Belém (PA), nos dias 8 e 9 de agosto. Antes e durante o evento, que reunirá governantes e representantes dos países amazônicos, está prevista uma intensa agenda de atividades sobre os riscos da exploração de petróleo na foz do rio Amazonas. A iniciativa, promovida pelo Instituto Mapinguari e pelo Observatório Marajó – organizações não governamentais ligadas à populações da região -, busca alertar para o desastre ambiental que seria provocado por possíveis perfurações no local.
O movimento “Cuide da Amazônia: diga petróleo NÃO!” busca colocar em evidência o impacto social, ambiental e econômico que seria imposto às comunidades ribeirinhas, populações indígenas, campesinas e quilombolas que subsistem a partir da biodiversidade da região.
“Existe muita desinformação e fatos inverídicos sendo usados para contestar a decisão do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) de não autorizar a perfuração solicitada pela Petrobrás, por inconsistências técnicas”, afirma João Meireles, secretário executivo do Observatório Marajó. “Alegações que tratam a bacia como o novo pré-sal, o desenvolvimento regional trazido pelos royalties ou ainda a oferta de empregos, iludem a população sobre os ‘benefícios’ imediatos de uma possível extração”, alerta.
“A proposta não é impedir o desenvolvimento da região”, explica Flávia Guedes, mobilizadora da frente de bacias hidrográficas e oceanos do Instituto Mapinguari, “mas queremos que sejam respeitados os territórios e as populações de comunidades tradicionais, garantindo a transição para um modelo de matriz energética limpa. Investir neste projeto predatório é uma maneira de não dialogar com as gerações futuras e ir na contramão do mundo”, conclui.
A programação das duas ONGs incluem, desde a última sexta-feira, atos planejados para sensibilizar a população e o poder público: mesas redondas na Universidade Federal do Pará e no local aonde será realizada a Cúpula da Amazônia; passeatas; performances teatrais e bike som; e oficina de cartazes, entre outros.
Com informações e fotos da assessoria