Seis artistas brasileiros – incluindo a amazonense Uýra – farão residências em importantes instituições do país e tem trabalhos expostos na ArtRio 2023
Pelo segundo ano consecutivo, o Prêmio FOCO é apresentado pelo Instituto Cultural Vale e tem a oportunidade de selecionar seis artistas brasileiros para serem reconhecidos por seus trabalhos – a amazonense Uýra, Yhuri Cruz, Laryssa Machada, Monica Costa Ventura de Oliveira, Rose Afefé, Geane Viana de Souza. Todos receberão como prêmio residências artísticas no país e já tem seus trabalhos expostos na ArtRio 2023, que acontece até o próximo dia 17 na Marina da Glória, no Rio.
O Prêmio FOCO, destinado a artistas visuais brasileiros com até 15 anos de carreira, é um importante compromisso da ArtRio em estimular e dar visibilidade para a produção artística brasileira, estimulando a acessibilidade e a equidade desde o momento da inscrição.
A premiação é a oportunidade de participar em residência artística, focando em aprimorar o processo de trabalho e criação, incluindo bolsas para se dedicação exclusiva aos estudos.
As residências serão agendas entre novembro de 2023 e agosto de 2024.
As residências parceiras do Prêmio FOCO esse ano são: Instituto Inclusartiz (Rio de Janeiro, RJ); JA. CA (Belo Horizonte, MG); Chão Slz (São Luis, MA); Residência São Jerônimo (Belém, PA); Residência São João (São José do Vale do Rio Preto, RJ); e Irê – arte, praia e pesquisa (Salvador, BA). A direção do Comitê Curatorial para seleção dos artistas tem direção de Bernardo Mosqueira e representantes das residências, direção da ArtRio e do Instituto Cultural Vale.
Sobre Uýra
É indígena em contexto de diáspora, dois espíritos (trans) e ativista de Direitos Humanos. Atua como artista visual e arte educadora. Possui formação em Biologia e é mestra em Ecologia da Amazônia. Através da Arte, cria imagens que contrastam naturezas distintas: a da vida em estado de liberdade e as violências contra a biodiversidade e grupos humanos vulnerabilizados.
Em exposições no Brasil e pelo mundo, vem pesquisando, expondo e lançando o debate sobre o ‘apagamento colonial’ e a resistência dos povos indígenas na História e mundo atual. Foi destaque da 34ª Bienal de São Paulo e da Bienal Manifesta (Kosovo). Seus trabalhos compõem acervos de instituições como Pinacoteca de São Paulo, Castello di Rivoli (Itália) e Los Angeles County Museum (EUA).
Sua proposta para a residência foca na observação sobre as plantas de crescimento espontâneo, espécies vegetais habitam toda a superfície das cidades, muitas delas em locais imprevisíveis. Esse processo é chamado pela ecologia de sucessão ecológica. É o retorno da floresta – da Vida –, à revelia do concreto e de suas opressões. Uýra faz paralelos possíveis entre essas plantas e os povos indígenas, bem como tantos grupos humanos vulnerabilizados pela lógica colonial da arquitetura, do imaginário e do funcionamento das cidades.
Com informações e fotos da assessoria