10,dezembro 2024

Livro enfoca Manaus na época dos ônibus de madeira

Margarida Campos lança o livro ‘Estação Radiant’ na noite desta terça-feira durante evento promovido pela Editora Valer na Galeria do ICBEU Manaus

Uma viagem no tempo que nos ‘leva’ a Manaus no final da década de 1940, quando a capital amazonense ainda era uma pacata cidade, arborizada e civilizada. Esse é o cenário por trás do livro ‘Estação Radiant’, da autora Margarida Campos, que será lançado nesta terça-feira, a partir das 18h, na Galeria do Instituto Cultural Brasil-Estados Unidos.

O livro, segundo o material de divulgação, relata uma ‘viagem’ pela cidade de Manaus, entre o final da década de 1940 até 1969, época em que os ônibus eram feitos de madeira. O livro mostra as mudanças que aconteceram na paisagem, no decorrer do tempo e que, muitas vezes, não são percebidas.

Essa ‘viagem por Manaus tem como fio condutor os ônibus de madeira que circularam entre o final da década de 1940 até 1969 – construídos por João Damasceno, pai de Margarida. “O leitor percorrerá uma cidade ordenada e pacata, com instalações ainda preservadas, reflexo de uma sociedade de classe média e de valores moldados por um ensino público de qualidade, apesar da crise econômica oriunda da queda do comércio exportador da borracha”, destaca o texto de divulgação.

O jornalista Aldísio Filgueiras, responsável pela apresentação da obra, afirma que ‘Estação Radiant’ é a viagem que Margarida decidiu fazer pelo passado e pelo presente da cidade, ambos no mesmo roteiro – guiada pelo fio de prumo da artesania de Damasceno, que tinha olho e mãos certeiros.

“Essa mulher, negra, pobre, que se alçou, a duras penas, especialista em Saúde Pública e em Planejamento de Saúde pela Universidade de São Paulo – USP e mestra em Saúde Comunitária pela Universidade Federal da Bahia – UFBA, vê a sua cidade de dentro do ônibus, pela janela, como se estivesse filmando todos os acontecimentos e personagens, com um olhar seletivo, por isso mesmo crítico”, ressalta.

Para a coordenadora editorial da Valer, professora doutora em Filosofia  Neiza Teixeira, essa obra é um marco na história do Amazonas, pois oferece uma leitura e um conhecimento que não detínhamos: conhecer Manaus de um tempo passado por meio de uma viagem em um ônibus de madeira.

“É muito interessante, também, a forma como Margarida Campos desenvolveu a sua escrita, pois o que poderia ser apenas uma história de família tornou-se um capítulo da Manaus que somente permanece na memória”, observa Neiza.

Segundo Tenório Telles, escritor e autor, o livro de Margarida Campos remete a outras obras que retratam nosso chão sob o viés da memória:  “O que singulariza este livro sobre a história de mestre Damasceno e seus ônibus de madeira são a atmosfera, as histórias de vida, os personagens desenterrados dos escombros da memória e o tom de voz expresso pela autora. Margarida Campos, escudada nesta crônica elegíaca de sua jornada pessoal e familiar, conquista um lugar entre os grandes cronistas de nossa terra e sua gente.”, escreveu o poeta na orelha do livro.

Quem não puder ir ao lançamento na Galeria do ICBEU pode adquirir o livro por meio do site editoravaler.com.br ou pelo número (92) 99613-1113.

Com informações e fotos da assessoria

Rogerio Pina

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