Joanna Martins faz sucesso com a foodtech Manioca

Joanna Martins faz sucesso com a foodtech Manioca

A cantora paraense Joelma colocou o tacacá, por meio de um hit dançante, na boca de muitos brasileiros, que nunca nem mesmo sentiram a dormência do Jambu – hortaliça essencial à receita da ‘sopa’ típica regional do Norte. Mas ela não é a única a aproximar a gastronomia paraense do resto do país. À frente da Manioca, Joanna Martins transformou a dor de uma saudade – neste caso da comida paraense ao morar fora do Estado – num ótimo negócio, que hoje é referência no âmbito da sociobioeconomia amazônica.

Joanna Martins é empresária e pesquisadora de cultura alimentar amazônica, com formação em Publicidade e Administração. Em 2014, fundou a maniocabrasil.com em sociedade com Paulo Reis, a primeira foodtech da região Norte a receber investimento de uma multinacional do setor de alimentos e que integra o Hub de Bioeconomia Amazônica.

Joanna Martins está à frente da foodtech Manioca

A startup de alimentos regionais colocou produtos feitos à base de ingredientes típicos da região no mercado on-line, nas gôndolas de alguns supermercados do sudeste e nordeste do Brasil e está em ascensão.

No final do ano passado, conseguiu firmar uma parceria com a japonesa Ajinomoto, uma das maiores empresas de alimentos do mundo, que por meio do programa de inovação Ajinolab, que está investindo na indústria paraense para se aproximar de práticas mais sustentáveis.

“Hoje a gente se reconhece como uma indústria da sociobioeconomia mas quando a Manioca nasceu, esse termo não existia, e a gente era uma indústria de impacto sócio ambiental, porque esse viés de gerar um desenvolvimento local, apoiar os nossos produtores e desenvolvê-los na profissionalização isso a gente sempre aplicou”, pontua a empresária.

Atualmente, a Manioca trabalha com 42 famílias de 11 municípios localizados nos arredores de Belém. A maioria fornece os alimentos que são a base dos produtos por meio da agricultura familiar.

Joana enfatiza que pratica o comércio justo e negocia o preço buscando fortalecer essas cadeias produtivas de agricultores familiares e cita o exemplo da cultura da mandioca, principal ingrediente para o preparo do tucupi, caldo que é a estrela da gastronomia amazônica e a base do famoso tacacá.

“Temos ajudado a fomentar esses produtores, no caso da mandioca temos incentivado duas comunidades a produzir a mandioca amarela orgânica, com a garantia de compra dos produtos. A gente acredita muito que ao fomentar a economia com consciência ambiental, esse produtor além dele ter o produto dele mais valorizado, vai estar incentivando a cultura dele dentro da comunidade para que os filhos deles, sobrinhos e jovens da comunidade também percebam o valor disso. Assim a gente também ajuda a manter a floresta do jeito que ela está, ou seja, a gente faz com que as pessoas tenham essa consciência ambiental de trabalhar com algo que é a vocação da região, sem agredir a natureza”, comenta Joanna.

E são muitas as famílias são incentivadas a produzir mandioca orgânica. Uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas divulgada neste mês ratifica a importância dos produtos como a mandioca para a economia local. De acordo com o estudo do Observatório de Conhecimento e Inovação em Bioeconomia da Fundação Getúlio Vargas, a produção de açaí, mandioca, café e cacau gera R$ 24,2 bilhões para a Amazônia.

Hub de Bioeconomia

Outra novidade nesse contexto é o Hub de Bioeconomia Amazônica, que é secretariado pela Fundação Amazônia Sustentável (FAS) para atuar como ferramenta de conexão entre o ‘chão da floresta’ e investidores, instituições públicas e privadas, redes atuantes no ecossistema amazônico, organizações internacionais e lideranças para promover iniciativas transformadoras em bioeconomia inclusiva.

Com informações e fotos da assessoria

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

*