Ministério da Cultura anunciou R$ 1,6 bilhão em investimentos no setor audiovisual para garantir fortalecimento da indústria cinematográfica internamente e no mercado global
No Dia do Cinema Brasileiro, celebrado em 19 de junho, o Ministério da Cultura (MinC) anunciou um pacote histórico de investimentos no setor audiovisual – totalizando R$ 1,6 bilhão até o próximo ano. O recurso contempla a produção de filmes e séries brasileiras e visa fortalecer o conteúdo audiovisual nacional tanto no mercado interno quanto no mercado global. O evento, realizado nos Estúdios Quanta, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, contou com a presença do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, da ministra da Cultura, Margareth Menezes, e de diversas personalidades do cinema nacional.
Entre as ações, já em andamento, R$ 200 milhões são para coproduções internacionais, um valor recorde que já atraiu 476 projetos de 47 países. Já o investimento do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) destaca-se a expansão e modernização do Rio Estúdios, com a construção de oito novos estúdios e modernização de outros oito. Isso transformará o local em um centro de produção de padrão internacional que vai gerar 7.800 empregos (2.500 diretos e 6.300 indiretos).
Relevância do cinema
Em seu discurso, o presidente Lula enfatizou a relevância do cinema para a cultura e a economia brasileira.
“Vamos tratar a cultura com seriedade e respeito, porque um país que não tem cultura, um país que não investe na cultura, não se transforma: o povo não é povo, é massa de manobra. A cultura politiza e refresca a cabeça das pessoas. É por isso que nós acreditamos muito na cultura e investimos na cultura”, destacou o presidente.
O presidente salientou ainda que as iniciativas anunciadas é uma oportunidade do povo brasileiro conhecer o cinema nacional.
“É preciso valorizar o cinema brasileiro. Precisamos que a cultura se transforme numa indústria que gere oportunidades de desenvolvimento para milhões de pessoas. E o cinema é parte importante da formação da identidade do nosso país. Cada filme brasileiro é uma janela para nossa alma. Nosso cinema é um reflexo do nosso espírito resiliente e criativo do humor a crítica social, ele é a força narrativa da existência cultural. O cinema ensina cultura”, discursou.
Para a ministra da Cultura, Margareth Menezes, o simbolismo do anúncio no Rio de Janeiro destaca a importância do cinema para a identidade brasileira.
“Hoje é dia de celebrarmos a força do nosso cinema como propulsor e promotor da diversidade cultural brasileira e como área estratégica para a economia da cultura. Desde seu surgimento, o acontecimento do cinema foi e é usado para explicar, explorar, revelar, aprofundar, negar e afirmar, a complexidade da história e da existência humana. Através das experiências geradas nas telas, a indústria cinematográfica mostra a capacidade de tocar o ser humano de diversas formas”, destacou.
Leonardo Edde, produtor, diretor e editor destacou que a indústria do audiovisual promove emprego e inclusão.
“A cultura, a arte, o audiovisual, isso tudo é indústria. Mas só com uma indústria forte a gente consegue desenvolver esse conceito de nação, que o audiovisual traz de promover a inclusão, a diversidade e igualdade social. E complementou: “A indústria criativa é a indústria que mais emprega jovens até 29 anos no mundo. Vale sempre repetir que o audiovisual representa, hoje, cerca de 0,6% do PIB, com mais de 330 mil empregos, pagando R$ 9 bilhões em impostos. Então, tudo que a gente tem aqui, o nosso ecossistema econômico não só se paga, como traz muitos recursos e oportunidades”, disse.
COTA DE TELA – Durante a solenidade, o presidente Lula assinou o decreto que regulamenta a cota de tela em cinemas, conforme estabelecido pela Lei nº 14.814/2024. A norma, sancionada em janeiro, restabelece a exigência de exibição comercial de filmes brasileiros até 31 de dezembro de 2033. O objetivo é promover o cinema nacional, exigindo que empresas, a indústria cinematográfica e os cinemas incluam e mantenham em sua programação uma quantidade mínima de filmes brasileiros, garantindo a diversidade dos títulos exibidos.
LINHA DE CRÉDITO – Também durante a cerimônia foi anunciada a retomada do apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ao setor audiovisual, com o lançamento do BNDES FSA Audiovisual. Esta nova linha de crédito, desenvolvida em parceria com o Ministério da Cultura e a Agência Nacional do Cinema (Ancine), contará com um orçamento inicial de R$ 400 milhões.
NÚMEROS – Desde sua retomada, o MinC tem apresentado investimentos significativos no setor. Por meio da Secretaria do Audiovisual (SAV), R$ 6,1 milhões em fomento direto (editais), beneficiaram mais de 100 projetos. Os investimentos no setor pela Lei Rouanet somam R$971,5 milhões contemplando 1.088 projetos atendidos.
De acordo com a ministra da Cultura, Margareth Menezes, no ano de 2023 foi investido por meio do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), R$ 1,3 bilhão na produção de conteúdo audiovisual nacional. Até o momento já foram selecionados 364 filmes e séries, apresentados por 323 produtoras brasileiras.
A execução de projetos pela Lei Paulo Gustavo, contou com 100% de adesão dos estados e 98% de adesão dos municípios. Foram mais de R$ 2,2 bilhões de investimentos no audiovisual brasileiro.
Com informações e fotos da assessoria