Selo musical dá prosseguimento ao projeto de digitalização do catálogo de Milton Nascimento, oferecendo discos antológicos no streaming e também no Youtube
O marketing estratégico da Sony Music dá prosseguimento ao projeto de digitalização do catálogo de Milton Nascimento, incluindo a restauração de tapes analógicos e projetos gráficos originais, completando a discografia do artista – registrada em seus estúdios – e disponibilizando nas plataformas de streaming. Com isto, o Disco Mix “RPM e Milton Nascimento” (1987) e o álbum “Miltons” (1988) chegam pela primeira vez às plataformas digitais.
O exponencial “Yauaretê” (1987), que até então não estava disponível em todas as plataformas digitais, também pode ser desfrutado sem quaisquer restrições no streaming musical. A discografia do artista na Sony também passará por um processo de otimização no YouTube, para disponibilizar todas essas músicas para os usuários da plataforma.
Produzido por Márcio Ferreira, então empresário do artista, “Miltons” (1988) era mais informal e menos grandiloquente que seus álbuns mais recentes até então, tendo na banda de base, entre outros, dois velhos amigos, o tecladista Herbie Hancock e o percussionista Naná Vasconcelos (além de Robertinho Silva em duas faixas).
Composto basicamente de regravações, trazia apenas duas inéditas, “River Phoenix – carta a um jovem ator”, escrita – letra e música – por Bituca para homenagear o ídolo, após ficar encantado por sua atuação no filme “Conta comigo” – e “Sêmen”, em parceria com o saudoso Fernando Brant. As demais faixas são regravações de obras já consagradas, como a clássica “Bola de meia, bola de gude”, originalmente composta para o espetáculo de dança “O último trem”, do Grupo Corpo, que ganhou letra de Fernando Brant e estourou em seu segundo álbum, de 1980.
Neste disco Milton também gravou uma adaptação livre para o standard latino “La bamba”, uma releitura de “San Vicente” e um novo arranjo para “Feito nós”, parceria gravada em dueto no ano anterior com o roqueiro Paulo Ricardo, então integrante do RPM.
Parceria com RPM
A digitalização do catálogo de Milton inclui também o disco mix “RPM e Milton Nascimento” (no formato de um LP, mas com duas faixas), que foi um lançamento bastante festejado à época – a propósito, em 1987 o RPM era o grupo mais popular do país, alcançando a cifra inédita de 2.5 milhões de cópias do álbum “Rádio pirata ao vivo”, lançado pela então CBS, hoje Sony Music.
Produzido e mixado pelo expert Mazzola, “RPM e Milton Nascimento” trazia a faixa de trabalho “Feito nós”, com música de Milton e letra de Paulo Ricardo, numa pegada mais roqueira; e “Homo sapiens”, com música de Paulo e letra de Milton.
Outros clássicos
A Sony Music também disponibiliza no streaming musical outros discos de Milton, como o primeiro álbum internacional “Yauaretê”, que é uma uma excelente oportunidade do público redescobrir parcerias vocais de Milton com Paul Simon (“Vendedor de sonhos”) e autorais com Cat Stevens e Márcio Borges (“Mountain”) ou reouvir seu velho hit “Morro velho” com concepção de arranjo do mago Quincy Jones.
Também é possível ouvir participações dos tecladistas americanos Herbie Hancock e Don Grusin, o saxofonista Wayne Shorter e o trompetista Jerry Hey passeando por suas faixas, ao lado dos brasileiros Robertinho Silva, Nelson Ayres, Celso Fonseca, Túlio Mourão, Rique Pantoja, Heitor T.P., do grupo Uakti.
Sons da Amazônia
A discografia de Milton na Sony Music traz ainda dois álbuns pra lá de interessantes, “Txai” (1990) e “O Planeta Blue na estrada do sol – ao vivo” (1991).
O primeiro foi fruto de uma viagem do cantor pelo rio Juruá, afluente do Rio Amazonas, a fim de descobrir sons dos povos da Floresta Amazônica, incluindo os de diversas tribos indígenas, que foram devidamente registrados no álbum, entremeados a obras autorais que os tiveram como inspiração.
Também havia baladas românticas como “Coisas da vida” (com Brant) e a obra-prima “A terceira margem do rio”, numa parceria com Caetano Veloso, em referência ao mais famoso conto de Guimarães Rosa. Com este álbum, tornou-se até então o único artista brasileiro e conquistar o primeiro lugar na parada de World Music da ‘Billboard’, além de Músico do Ano, pela revista ‘Downbeat’ em 1990, pela ‘Downbeat Reader’s Pool’, em 1991 e pela ‘Downbeat Critics Pool’, em 1992.
Já o álbum de 1991 “O Planeta Blue na estrada do sol – ao vivo” é o registro de um show em que Milton mergulhava num Brasil profundo e afetivo, buscando revigorá-lo por meio de canções próprias, com letras de Fernando Brant (“Vevecos, panelas e canelas” e “Planeta Blue”) e de compositores de sua preferência, como Tom Jobim e Dolores Duran (“Estrada do sol”), Caetano (“Um índio”), Chico Buarque (“Brejo da cruz” e “Beatriz”, esta com Edu Lobo), sem esquecer do clássico atemporal “Luar do sertão”, de João Pernambuco e Catulo da Paixão Cearense, composta na virada do século XIX para o XX.
Com essa pequena mostra de quatro álbuns e um disco mix é possível ter ao alcance de um clique as várias facetas do único Milton Nascimento.
Com informações e fotos da assessoria