A única arqueira indígena na seleção brasileira, a amazonense Graziela Santos participa esta semana da segunda etapa da Copa do Mundo de Tiro com Arco de 2024, em Yecheon, na Coreia do Sul.
A disputa acontece até domingo (26) e representa uma nova oportunidade de adaptação em competições internacionais, principalmente diante da aproximação dos Jogos Olímpicos de Paris.
“Estamos indo para Coreia do Sul representar o Brasil e é uma disputa bem importante para garantir melhores condições para competir e, claro, mais chance de ir para as Olimpíadas de Paris”, comenta Graziela, que é indígena do povo Karapãna, com o nome indígena Yaci – que significa Lua.
Depois dessa competição na Coreia, junto com outros atletas da seleção brasileira, Yaci seguirá para uma disputa em grupo na Turquia, que será extremamente importante para escolher quem vai representar o Brasil, em julho, nas Olimpíadas de Paris.
A trajetória esportiva de Yaci, que é da comunidade Nova Kuanã, localizada na zona rural de Manaus, iniciou há mais de 10 anos, quando foi inserida no projeto de Arquearia Indígena da Fundação Amazônia Sustentável (FAS), instituição com mais de 16 anos de atuação em comunidades amazônicas. Além de projetos esportivos, a FAS executa iniciativas de educação, saúde, empreendedorismo, cadeias produtivas e outros.
O projeto de Arquearia Indígena da FAS tem o objetivo de valorizar as tradições dos povos indígenas e incentivar a autoestima de jovens ao promover oportunidades de crescimento e desenvolvimento por meio do esporte.
Atualmente, Yaci luta por uma vaga no time brasileiro que vai disputar as Olimpíadas. Ela treina diariamente no Centro de Treinamento de Tiro com Arco de Maricá, no estado do Rio de Janeiro. O tiro com arco olímpico é composto por cinco provas: duas individuais para homens e mulheres, duas por equipes (uma para cada gênero) e uma competição mista por equipes.
Arquearia Indígena
Em fevereiro deste ano, o projeto de arquearia ganhou repercussão nacional após participação dos atletas Gustavo Santos e Graziela Santos Yaci, que são irmãos, no quadro “The Wall”, do programa Domingão com Huck. O objetivo da participação no programa foi a arrecadação de recursos para construção do Centro de Arquearia Indígena na comunidade indígena Nova Kuanã, dentro da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Puranga Conquista, no baixo Rio Negro, para ser o local de treinamento dos atuais e novos atletas do projeto.
Para a supervisora do subprograma indígena da FAS, Rosa dos Anjos, do povo Mura, Yaci é uma atleta de alto rendimento, que busca a cada dia aperfeiçoar para melhor representar o Estado do Amazonas e, por tabela, o Brasil – e, desta vez, representar na Olimpíada.
“Só podemos emanar boas energias e pedir aos encantados que dê ao mundo a oportunidade de conhecer a Yaci representando não só os povos indígenas mas nosso País na Olimpíada”, afirma.
Com informações e fotos da assessoria