17,novembro 2025

Cientistas da Fiocruz influenciam políticas públicas

Dois cientistas do quadro da Fiocruz na Amazônia estão entre os brasileiros que mais influenciam políticas públicas no Mundo em levantamento divulgado às vésperas da COP30

Dois cientistas do Instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia) estão entre os pesquisadores brasileiros que mais influenciam políticas públicas, segundo levantamento publicado nesta quinta-feira, 6/11, pela Agência Bori. O virologista Felipe Gomes Naveca e o médico infectologista Marcus Vinicius Guimarães Lacerda figuram no relatório, realizado em parceria pela Agência Bori e a Overton, uma plataforma internacional que trabalha com ciência e políticas públicas. A lista, divulgada, a quatro dias do início da COP30, reúne, no total, 107 nomes de pesquisadores brasileiros que direta ou indiretamente têm participação na tomada de decisões relativas a políticas públicas, considerando menções em documentos estratégicos, relatórios técnicos e pareceres usados por governos, organismos internacionais e organizações da sociedade civil.

Além deles, o levantamento cita outros nove pesquisadores de instituições sediadas na Região Norte, especificamente nos estados do Amazonas e Pará, correspondendo a 10,3% do total de pesquisadores citados. Entre os pesquisadores da lista constam nomes vinculados a outras instituições amazônicas como o do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), Museu Emilio Goeldi, Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) e Imazon. Para chegar à lista, Bori e Overton identificaram os cientistas com, pelo menos, 150 citações em documentos estratégicos. Outro nome citado no levantamento foi o do pesquisador visitante sênior da Fiocruz Amazônia, Bernardo Horta, professor da Universidade Federal de Pelotas (RS).

Stefanie Lopes, diretora da Fiocruz Amazônia

Para a diretora da Fiocruz Amazônia, Stefanie Lopes, a presença da região nesse levantamento denota a importância estratégica desse território para o mundo e a necessidade de termos políticas públicas territorializadas. “É um orgulho ver o reconhecimento do trabalho de nossos pesquisadores”, frisou a diretora.

Felipe Naveca

Felipe Naveca é pesquisador em Saúde Pública da Fiocruz desde 2008 e tem uma contribuição decisiva para o desenvolvimento das ações de vigilância genômica e controle de doenças no Brasil, com impacto importante no enfrentamento à Covid-19 e às arboviroses. É membro da Rede Genômica Fiocruz, da Rede Genômica de Vigilância em Saúde do Amazonas (Regesam), da Rede Global de Laboratórios de Febre Amarela OMS. Também é membro da Rede de Laboratórios de Diagnóstico de Arbovírus das Américas – Opas/OMS e curador da Coleção Biológica de Vírus da Fiocruz.

Marcus Lacerda

Marcus Lacerda é especialista em Saúde Pública da Fiocruz Amazônia, pesquisador da FMT-HVD e professor adjunto da University of Texas Medical Branch (UTMB). Tem como principais focos de pesquisa malária, HIV, histoplasmose, arboviroses, acidentes ofídicos, Covid-19 e outras doenças emergentes. Suas contribuições mais recentes à inovação em saúde pública foram a implementação de profilaxia pré-exposição (PREP) para HIV, a implementação de tafenoquina em dose única para a cura radical de malária vivax, e a implementação da coleta de tecidos post mortem (MITS) para estudo de causas de morte.

Os dados do relatório da Bori e Overton mostram que a produção desses pesquisadores embasou mais de 33,5 mil documentos de políticas públicas publicados desde 2019. Um quarto dos nomes (22) é da Universidade de São Paulo (USP). Os dados também evidenciam desigualdades. Há baixa presença de mulheres entre os pesquisadores do Brasil que mais influenciam políticas públicas: das 107 pessoas mapeadas, apenas 22 são mulheres (20,5%). 

Esse é o sétimo relatório publicado pela Bori com parceiros. Documentos anteriores, desenvolvidos com a editora científica Elsevier, revelaram queda inédita na produção científica brasileira e mostraram a distribuição de gênero na produção do país. A ideia dessas publicações é tirar retratos sistemáticos e periódicos da produção brasileira para contribuir com o debate público.

Com informações da assessoria / Fotos: Michell Mello – Divulgação Fiocruz Amazônia Revista

Rogerio Pina

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