Ministério da Cultura tem promovido debates sobre temas como papel da economia criativa, patrimônio cultural e narrativas para enfrentar a crise climática
A ministra da Cultura, Margareth Menezes, e representantes do Ministério da Cultura (MinC) têm participado de uma série de atividades na COP 30, em Belém (PA), envolvidos em uma programação da Pasta voltada a destacar o papel da cultura na ação climática global.
A presidência da COP 30 definiu uma Agenda de Ação que contempla cinco eixos temáticos e 30 objetivos-chave. A cultura é destacada no Eixo 5 – Promoção do Desenvolvimento Humano e Social, especificamente no Objetivo 19, Cultura, Patrimônio Cultural e Ação Climática.
Para a ministra Margareth Menezes, a transformação verde precisa ser também uma transformação cultural, inspirada nos conhecimentos ancestrais e na criatividade coletiva dos povos. “Ao pautar cultura como fator de resiliência e motor da transição ecológica, o Brasil propõe um legado duradouro: uma ação climática centrada nas pessoas e em seus modos de vida”, afirma.

Desde a última segunda-feira a ministra vem participando de painéis, debates e atividades na Plenária Mundial das Juventudes e na Cúpula dos Povos.
Nesta quinta-feira, a ministra e o secretário-executivo, Márcio Tavares, participam de três atividades na Zona Azul: na mesa “Cultura e Adaptação Climática: Financiamento para o Patrimônio Cultural como Bem Público Global”, no Pavilhão Brasil, com presença do IPHAN e do Ministério do Meio Ambiente; no workshop “Patrimônio Cultural e Adaptação Climática”, e às 17h30 na mesa “Cultura e Clima: Percepções e Práticas no Brasil”, no Pavilhão Regional Climate Foundations (Zona Azul), onde fará a fala de encerramento e apresentará a pesquisa “Cultura e Clima – Percepções e Práticas no Brasil”, realizada pela ONG C de Cultura e pela PUCRS.
No dia 14, será a vez da ministra estar na mesa de abertura “A COP das Mulheres: Justiça Climática com Protagonismo Feminino”, às 9h, no Teatro Margarida Schivasappa, na Fundação Cultural do Estado do Pará. O painel reúne lideranças femininas que atuam em diferentes frentes da sustentabilidade e da cultura, com a participação de Luiza Helena Trajano, Márcia Lopes, Hanna Gassan, Ursula Vidal e Paula Gomes. À tarde, Margareth Menezes integra a mesa “Povos Indígenas nas Políticas Culturais – Construindo Caminhos para a Autonomia”, às 16h, na Aldeia COP (UFPA), ao lado da ministra Sonia Guajajara. A ação é promovida pela Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural (SCDC) em parceria com o Ministério dos Povos Indígenas e o movimento indígena.

No dia 15, Margareth Menezes participa da Marcha da Amazônia para o Mundo, evento da Cúpula dos Povos que reúne movimentos sociais e ambientais em defesa da justiça climática e da transformação sistêmica. Na parte da tarde, a ministra visita a exposição fotográfica “Amazônia”, de Sebastião Salgado, no Museu das Amazônias, encerrando sua participação na COP30.
Essas atividades integram a Agenda de Ação da Presidência da COP30, que busca articular políticas e iniciativas culturais com medidas concretas de enfrentamento às mudanças climáticas, em consonância com o Primeiro Balanço Global da Convenção do Clima.
Cultura e Clima
Desde 2023, o MinC tem assumido papel protagonista no esforço global de integração entre cultura e clima, reposicionando o Brasil no centro do debate internacional. Em parceria com os Emirados Árabes Unidos, o país criou o Grupo de Amigos para a Ação Climática Baseada na Cultura, que hoje reúne 56 países e 27 organizações internacionais. A inclusão da cultura na Agenda de Ação da COP 30 é um dos frutos dessa articulação.
Em 2024, o tema ganhou força durante o G20 Brasil, com o I Seminário Internacional sobre Cultura e Mudança do Clima. Este ano, o MinC reforçou seu protagonismo com ações concretas, como o Seminário Internacional de Comunidades Tradicionais e Justiça Climática, na Chapada dos Veadeiros (GO), e o Encontro Infância e Clima, no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro.
Na 3ª Reunião Ministerial do Grupo de Amigos, realizada em setembro em Barcelona, mais de 20 ministros aprovaram o Plano de Ação da Cultura na Agenda de Ação da COP 30, com compromissos até 2028. Esses marcos consolidam uma diplomacia cultural que reconhece o papel das artes e dos saberes tradicionais como instrumentos de transformação ecológica.
Com informações do Ministério da Cultura